21 março 2013

Resenha: Butterfly.

Livro: Butterfly * Autor: Kathryn Harvey * Número de páginas: 520

Sinopse

No andar de cima de uma loja exclusivamente masculina na Rodeo Drive existe um clube privado chamado Butterfly, um espaço em que as mulheres são livres para expressar suas fantasias eróticas mais secretas. Somente as mulheres mais belas e poderosas de Beverly Hills são convidadas a entrar: Jessica, uma advogada que suspira pela época em que os homens eram machos e as mulheres satisfaziam seus prazeres; Trudie, uma construtora que quer um homem que a desafie, em todos os sentidos e sem tabus; e Linda, uma cirurgiã que usa máscaras para desmascarar os desejos que esconde até de si mesma. Contudo, a mais misteriosa de todas as mulheres é a que criou o Butterfly. Ela mudou o nome, o sotaque, até mesmo o rosto para esconder sua verdadeira identidade. E agora está prestes a revelar seu passado para concretizar a obsessão secreta que a levará além do êxtase.


Resenha


  Com a nova onda de erotismo pós Cinquenta Tons de Cinza que se instaurou na literatura, tornou-se comum se deparar com livros que prometem em seu conteúdo uma boa dose de sensualidade, entretanto, é igualmente comum deparar-se com enredos repetitivos e cansativos que mais parecem plágios uns dos outros, proporcionando a mim uma única opinião em relação a todos esses recentes lançamentos: Parecem todos iguais aos meus olhos. Butterfly, primeiro livro da trilogia de Kathryn Harvey, veio para quebrar esse estereótipo. 

   Competentemente narrado em terceira pessoa, o livro conta a trajetória de cinco personagens divergentes, mas que possuem uma ligação: O Butterfly. Conhecemos Linda, uma cirurgiã que tem sua vida amorosa afetada por uma disfunção sexual proveniente de um acidente na infância; Jéssica, uma advogada brilhante e destemida em sua profissão, conhecida por adorar um desafio, mas que teme desafiar seu marido controlador; E Trudie, uma construtora renomada que busca o homem certo nos corpos dos homens errados. O que essas três mulheres têm em comum? São frequentadoras assíduas do clube para mulheres Butterfly; e procuram naquele ambiente de fantasia e sensualidade encontrar as soluções para seus problemas mais íntimos.  

  Quem é, entretanto, a mulher responsável pela criação desse paraíso feminino que permite que os desejos mais secretos de suas clientes sejam realizados? Ela foi vítima de alguém desumano quando adolescente, mudou o seu nome, fez cirurgias para mudar até mesmo o seu rosto, anulou 35 anos de sua vida e os dedicou apenas para realizar o seu desejo mais ardente: Vingança. A história dela é contada desde quando era apenas uma criança obrigada a assistir e conviver com os abusos frequentes do pai; E é interessante observar a sua personalidade doce e inocente transformando-se cada vez mais fria e calculista à medida que é constantemente decepcionada e friamente abusada pelo homem que ama: Danny McKay.  

  Danny McKay, um rapaz ambicioso capaz de arrasar tudo o que se interpor em seu caminho, sem escrúpulo ou piedade alguma. Usando toda sua ambição e sendo impulsionado pelo livro ''O Príncipe'' de Maquiavel, ele constrói um império à custa de pessoas que acreditam em sua fachada de homem bom, sem jamais esperar, ao longo dos anos, que uma das garotinhas que um dia descartou buscaria por vingança. A garotinha que agora é uma mulher extremamente rica, poderosa e respeitada em toda a sociedade americana.


''Uma história excitante de violência, pecado e corrupção.''

San Francisco Chronicle. 

 Butterfly é um livro incrível. Extremamente bem escrito, com uma trama muito bem elaborada e personagens muito reais. Temas como estupro, prostituição, exploração de mulheres e violência doméstica são abordados de forma crua e verossímil, mas não causa desconforto, apenas estimula o leitor a continuar a virar as páginas a fim de saber o destino dos personagens. 

  Vale ressaltar a inclinação feminista que o livro possui: Todos os seus personagens femininos são mulheres poderosas, ocupando cargos profissionais que outrora eram considerados exclusivos para a massa masculina. Além do próprio clube Butterfly,  um bordel onde os homens são os que vendem seus corpos e as mulheres as que os compram para realizar os seus desejos. É notável, ainda, como a evolução dos direitos femininos é salientada com maestria pela escritora. 

  O único problema, acredito, é a forma como o livro está sendo vendido. A própria sinopse não condiz com o que o livro, de fato, oferece. Pessoalmente, ao ler a sinopse acreditei que se tratasse de um romance adulto, mas o elemento erótico é apenas o pano de fundo para uma história eletrizante de vingança, ódio e corrupção, então é provável que o livro esteja sendo vendido para o público-alvo errado. 

  Aqui fica a minha recomendação. Leiam Butterfly e deliciem-se com essa maravilhosa narrativa, que de tão incrível, me fez devorá-la em menos de 24 horas. 



Avaliação: 
Excelente! 

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