03 março 2013

(i)maturidade


A verdade é que eu ainda nutro sonhos pueris, coloridos e bonitos, manchados de tinta rosa e amarela. Eu ainda possuo aquelas vontades de criança; De comer brigadeiro de panela e melar o rosto com o doce saboroso, de usar os sapatos bonitos da mamãe e passar aquele batom de cor engraçada que ela costuma usar. Eu tenho, ainda, devaneios adolescentes; Ainda penso no príncipe encantado, na festa de 15 anos e no namorado perfeito. Penso, principalmente, naqueles caminhos alternativos – tão convidativos e esperançosos – que inocentemente repudiei, acreditando que aquilo que escolhi para mim seria exatamente o que sonhei. 
  100 caminhos diferentes. Como conviver com a nostalgia dos outros 99?
  Como adaptar meu corpo jovem demais à mente adulta que devo possuir? Como ser a mãe, quando antes eu era apenas uma telespectadora muito pouco atenta àquela imagem de mulher responsável e madura? Como entender essa mente insana que - ainda que preferiria optar por caminhos alternativos – não consegue se arrepender deste caminho nebuloso e desconhecido? Fora uma escolha consciente, afinal. Então que se vão os sonhos pueris e os devaneios adolescentes. Irão deixar aquela saudade chata que faz doer o coração. Irão tão precocemente que deixarão aquela sensação estranha de vazio, de algo faltando, mas irão; E meus grandes olhos escuros e rasos estarão bem abertos, buscando aquilo que procuro de forma disforme e confusa: A maturidade que ainda não me veio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário