17 abril 2013

Resenha: Ladrão de almas.

   
  Olá gente, gostaria de avisar que essa resenha já foi postada por mim no blog Viciadas Em Livros (Deem uma olhada, o blog é ótimo!) onde sou colunista. Então não estranhem caso lhes pareçam familiar.

    Autor: Alma Katsu
    Numero de páginas: 432
    Editora: Novo Conceito
    Avaliação: Bom.


Sinopse:

No turno da noite de um hospital no estado do Maine, o Dr. Luke Findley espera ter outra noite tranquila. Mas, no momento em que Lanore McIlvrae - Lanny - entra no pronto-socorro, muda a vida dele para sempre. Uma mulher com passado misterioso. Lanny não é como as outras pessoas que Luke conheceu. E Luke fica atraído por ela, mesmo sendo suspeita de assassinato; e conforme Lanny conta sua história, uma história de amor e uma traição consumada que ultrapassam tempo e mortalidade, Luke se vê totalmente seduzido. Seu relato apaixonado começa na virada do século 19 na mesma cidade de St. Andrew, consumida pelo amor que sentia pelo filho do fundador da cidade, Jonathan, Lanny fará qualquer coisa para ficar com ele para sempre. Mas o preço que ela tem de pagar é alto - um laço imortal que a prende a um terrível destino por toda a eternidade. E agora, dois séculos depois, a chave para sua cura e salvação depende totalmente de seu passado. De um lado um romance histórico, de outro uma narrativa sobrenatural, Ladrão de Almas é uma história inesquecível sobre o poder do amor incondicional, não apenas para elevá-lo e sustentá-lo, mas também para cegar e destruir.


Resenha:

   As sensações que Ladrão de Almas, primeiro livro da trilogia Taken, de Alma Katsu, proporcionou a mim, começou quando eu me deparei com a capa. O misto de sensualidade e mistério impressos em tons escuros me fez, de pronto, garantir o livro. A sinopse é outro ponto convidativo e logo eu estava envolta na expectativa de por as mãos no meu exemplar. Finalmente o livro chegou e, quando terminei a leitura, lá estavam as sensações outra vez, oscilando entre fascínio e frustração, sem me deixar decidir se o livro era ruim ou maravilhoso. Alguns dias - e uma ressaca literária - depois, optei pelo meio-termo.

  A história começa com Luke, um médico cuja vida está repleta de problemas. Em um dos seus plantões, a polícia leva até o hospital uma garota de aparência jovem demais acusada de assassinato. Assustada, ela implora para que Luke a ajude em sua fuga e em troca, ela contaria a ele a verdade sobre sua história. Após relutantemente concordar, Luke mal consegue acreditar quando a garota começa a contar sua longa trajetória.

 Ela é Lanore McIlvrae e nasceu no fim do século XIX. Sua história começa a ser contada a partir do primeiro contato que teve com Jonathan, seu amor eterno. Somos transportados para a Maine de 1809, mais precisamente para a puritana cidadezinha de St. Andrew, onde a família do jovem e estonteantemente lindo Jonathan é a fundadora da cidade. Lanore e Jonathan crescem como bons amigos, até que, finalmente, passam a ser amantes quando são jovens adultos. Grávida, Lanore sofre ao saber que desposá-la não está nos planos do seu amado, uma vez que ele está noivo de outra garota - um relacionamento fruto de um acordo arranjado. Lanore é mandada para Boston por sua família, onde ela poderá ter seu filho indesejado em um convento, mas seu amor enlouquecido por Jonathan a faz repudiar a ideia de ter o filho dele arrancado de seus braços, então ela foge. Desamparada e perdida nas agitadas ruas de Boston, ela cruza com pessoas que mudariam sua vida para sempre.

  Este é apenas o começo de uma história muito longa. O livro é rico em personagens e cenários que são relatados competentemente. Há uma peculiaridade na obra de Katsu: cada um de seus personagens tem suas histórias devidamente contadas, tornando-os bastante reais. Vale ressaltar que o personagem antagonista rouba totalmente a cena; Seu nome é Adair e ele é responsável pela imortalidade de Lanore. É de longe o melhor personagem da trama: ambíguo e atroz, bastante complexo e muito bem elaborado, embora tenha recebido um desfecho decepcionante.

  O livro também é bastante sexual. Aqui, o sexo é usado como recompensa e punição, rendendo cenas que vão de orgias bissexuais consensuais à estupros. Lanore aprende a arte da sedução e a ser sexualmente livre enquanto vive na mansão de Adair. Instruída a lidar com o relacionamento físico de uma forma puramente carnal, sem necessidade de sentimento, ela aprende a explorar sua sexualidade e se diverte com as mil possibilidades, deixando para trás a mocinha puritana do interior. Mas apesar de não fazer objeções a encontrar satisfação carnal em corpos desconhecidos, ela ainda ama Jonathan com a mesma intensidade de sempre e seus sentimentos parecem expandir-se ainda mais quando o destino os une novamente.

  Gosto de como a intensidade do amor que ela sente por Jonathan é retratada. Não há melodrama juvenil aqui, é um sentimento muito mais sério, muito mais vívido e muito mais destrutivo. É um amor atemporal, capaz de transcender a tudo, embora seja um sentimento unilateral onde apenas ela o alimenta. Lanore vive a desgraça de amar eternamente sem ter o seu amor devidamente recompensado; e o que seria pior do que desejar algo e não ter, não apenas por alguns anos, nem por uma vida, mas sim por uma eternidade?

  As emoções mais vis de personagens cruéis são trazidos à tona com maestria. Egoísmo, maldade, a face perversa do amor... Somos convidados a observar de perto o que o ser humano é capaz para ter consigo seu objeto de desejo, usando meios sórdidos para os fins que almejam.

  Apesar dos muitos pontos altos, Ladrões de Almas é repleto de pequenas falhas. Katsu parece ter certo apreço por detalhes, mas por vezes ela exagera, tornado a linguagem um tanto prolixa e consequentemente, a leitura enfadonha. Além disso, a história demora muito para engatar - no meu caso, na metade do livro - e, caso vocês não tenham percebido, a trama parece carregar os mesmos contornos de Entrevista Com o Vampiro, de Anne Rice - Um ser antigo e sobrenatural contando sua história para alguém - e vez ou outra eu me me flagrava pensando: ''Ela poderia ter sido um pouquinho mais original''.

  Nem ruim, nem maravilhoso: Bom. É o máximo que eu posso dizer.

    Onde Comprar: |Submarino|Saraiva|Livraria Cultura| 

2 comentários:

  1. Ótima resenha Kleane, boa dica de livro também!!!

    Parabéns pelo blog!!!

    Dani Casquet livrosajaneladaimaginacao.blogspot.com

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