Estou tentando escrever, foi
pra isso que eu me sentei à mesa com esta xícara de café, que agora está vazia,
a ideia era que o papel já estivesse cheio quando a xícara esvaziasse mais a
única coisa cheia neste quarto é a minha cabeça, onde os pensamentos se
embaralham sem qualquer sinal de calmaria. Tantos pensamentos me contradizem,
não tenho um ponto de partida e nem ao menos sei onde quero chegar. Sinto a
falta de um porto seguro, mais sempre que as coisas ameaçam acalmar, eu pulo,
no meio da correnteza, no mar agitado, sem medo de ser sugada e sufocada, fugindo
da calmaria que acomoda os sentimentos mais infantis, que não topam se
arriscar, ou que talvez sejam imaturos demais para tal habilidade. Não sinto a
necessidade em contemplar o fim da tempestade marítima, eu não quero recolher
mais os destroços, apenas levanto a cabeça e sigo em frente pois a tempestade só leva quem se deixa levar
e o único medo que tenho mesmo é o de parar, pavor de não sentir nada.
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